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Suzano acerta compra do controle da Fibria

Operação está sujeita a condições usuais para este tipo de operação, incluindo a aprovação pelas autoridades da concorrência no Brasil e no exterior.

A Suzano, da família Feffer, acertou com a Fibria um acordo para a combinação de seus negócios, criando a maior companhia de celulose do mundo. Unidas, as duas companhias terão capacidade de produção de 12 milhões de toneladas de celulose. Os últimos detalhes do negócio foram acertados na noite de quinta-feira, 15. Pelo acordo, a Suzano terá 45% da nova empresa. A Votorantim, que detinha 29% da Fibria, ficará com cerca de 5% e o BNDESPar, braço de participações do BNDES, que também tinha uma fatia de 29%, com 11% da nova companhia. 

Nas últimas semanas, Suzano e Fibria avançaram nas tratativas de fusão Foto: Ricardo Telles/Divulgação


No acordo, o BNDESPar deve embolsar cerca de R$ 8,5 bilhões, segundo informações do próprio banco. O valor que será pago à Votorantim não foi divulgado.  Vice-líder de mercado, a Suzano levantou um financiamento de US$ 9,2 bilhões - cerca de R$ 30 bilhões, pelo câmbio de hoje - com quatro bancos (Mizuho, BNP Paribas, JP Morgan e Rabobank) para conseguir comprar a Fibria. A retomada das negociações para essa fusão havia sido antecipada pelo Estadão no mês passado.

A disputa foi concorrida. No último fim de semana, a asiática Paper Excellence, da família Wadjaja, dona da Eldorado, que pertencia à família dos irmãos Joesley e Wesley Batista, fez proposta para ficar com a Fibria. O grupo, que também é dono da Asia Pulp and Paper (APP), ofereceu R$ 40 bilhões pela empresa e aceitou pagar uma multa de R$ 4 bilhões caso as negociações não fossem adiante.

De acordo com a nota do BNDES, os acionistas minoritários da Fibria receberão dinheiro e ações nas mesmas condições dos controladores.

A empresa resultante da combinação de negócios seguirá com o capital aberto na Bolsa de Valores e terá, segundo o BNDES, melhoria de governança, como uma política de indicação de conselheiros independentes. "A companhia resultante deverá, por contrato, manter, no mínimo, o mesmo padrão de responsabilidade socioambiental em que as duas empresas já eram referência", diz o banco, lembrando que a conclusão do negócio está sujeita à aprovação das autoridades reguladoras.

Maior produtora de celulose do mundo, a Fibria possui 1,056 milhão de hectares de florestas, das quais 633 mil hectares são de árvores de eucalipto plantadas. Uma outra parte - 364 mil hectares - é de áreas de preservação e de conservação ambiental e 59 mil hectares destinados a outros usos. A família Votorantim é dona de boa parte dessas terras e as arrenda para a Fibria. 

Multa. No caso da imposição de restrições por autoridades concorrenciais no Brasil ou no exterior, que sejam consideradas excessivamente onerosas, a Suzano poderá não consumar a operação, mediante o pagamento pela Suzano à Fibria de um break-up fee equivalente a R$ 750 milhões. O break-up fee pode incidir em determinadas outras condições de não consumação da operação, conforme previsto no compromisso de voto.