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Sinalizacao ruim agrava acidentes mesmo com pavimento em boas condicoes

Novo estudo da CNT revela que sinalização péssima em pavimentos com ótima qualidade gera 18,9 mortes a cada 100 acidentes.


Gravidade dos acidentes aumenta significativamente quando as condições da sinalização da via são piores

Pavimento em boas condições e sinalização com problemas são uma mistura fatal nas rodovias federais brasileiras. De acordo com o estudo “Acidentes Rodoviários e a Infraestrutura”, divulgado nessa segunda-feira (4) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), a gravidade dos acidentes aumenta significativamente se as condições da sinalização da via são piores. O novo estudo da Confederação relaciona as características da infraestrutura viária apresentadas na Pesquisa CNT de Rodovias 2017 (estado geral, sinalização, pavimento e geometria da via) com a base de dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), considerando todos os acidentes com vítima registrados em rodovias federais no ano passado.

O trabalho da Confederação aponta que o índice de óbitos a cada 100 acidentes é maior quando o pavimento tem melhores condições: são 11,2 registros em trechos com pavimento classificado ótimo, contra 7,7 mortes em trechos com classificação péssimo. 

Ainda segundo o estudo, em vias com boa pavimentação os veículos atingem uma maior velocidade e consequentemente há um maior risco de envolvimento em acidentes. Porém, este risco, de se envolver em um acidente, poderia ser reduzindo desde que as considerações de sinalização estivessem adequadas e houvesse maior fiscalização nestes pontos.

Quando as informações sobre a sinalização são incluídas no cruzamento de dados, o resultado chama mais a atenção: nos trechos em que o pavimento foi considerado ótimo, mas a sinalização foi classificada como péssima, foram registradas 18,9 mortes a cada 100 acidentes. O número é 2,2 vezes maior do que o índice observado quando pavimento e sinalização tiveram classificação ótimo, que é de 8,4 mortes a cada 100 acidentes.  

“Os dados indicam que o índice de mortes é maior em rodovias cujo pavimento está bem classificado, porque os motoristas acabam alcançando maior velocidade. Além disso, as rodovias não são bem fiscalizadas e sinalizadas, o que também contribui para o aumento do número de óbitos. Em contrapartida, a frequência de acidentes é maior em rodovias cuja infraestrutura apresenta problemas, devido a características como ausência de sinalização, falta de controladores de velocidade, más condições do pavimento e ausência de acostamento”, afirma o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. 

Ainda segundo o trabalho da CNT, nos trechos com controladores de velocidade, foi registrado o índice de 9,2 mortes a cada 100 acidentes em pavimento ótimo, enquanto nos trechos sem presença de controladores, o índice foi de 12,6 (37% maior). As más condições da faixa central das pistas também exercem influência direta na gravidade dos acidentes. O índice observado em trechos com pavimento classificado como ótimo, onde a pintura da faixa central era visível, foi de 11,3 mortes por 100 acidentes, enquanto nos trechos com inexistência de pintura de faixa, o índice foi de 15,9 (40,7% maior).

Outro dado do estudo é que a gravidade dos acidentes onde o acostamento das rodovias está destruído, não podendo ser utilizado em uma situação de emergência, (16,3 óbitos a cada 100 acidentes) é 45,5% maior quando comparada aos locais onde ele se encontra perfeito (11,2). A Confederação traz, ainda, a informação de que trechos com a superfície do pavimento destruída possuem índices muito baixos de acidentes e de mortes, o que pode ser explicado pela dificuldade de circulação e de desenvolvimento da velocidade. 

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Evie Gonçalves
Agência CNT de Notícias