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Setor eleva projecao das vendas de veiculos no ano, mas 2019 preocupa

Setor eleva projeção das vendas de veículos no ano, mas 2019 preocupa.

Concessionárias reportaram licenciamentos acima do esperado nos últimos dois meses, porém, a indefinição do cenário eleitoral e da política monetária pode mudar os rumos deste mercado

As concessionárias revisaram para cima as projeções de vendas de veículos para 2018 diante do desempenho melhor que o esperado em agosto e setembro, mas já demonstram preocupação com os rumos do País em 2019 em termos de taxa de juros e câmbio.

Segundo o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Jr., a incipiente retomada econômica impulsionou os licenciamentos de caminhões, enquanto a queda na taxa básica de juros (Selic) promoveu uma maior demanda por automóveis e comerciais leves.

“O que vende caminhão é crescimento econômico. Já para o automóvel é juro barato. As taxas atuais estão baixas em relação ao patamar em que estavam há dois anos. No caso das motos, o essencial para a melhora do mercado é a manutenção do emprego”, esclarece.

Para o economista e diretor da Ceres Inteligência, Alexandre Galvão, o crédito, de maneira geral, apresenta expansão, o que traz efeitos positivos na aquisição de bens duráveis. “As taxas estão menores, na média, porque a inadimplência caiu, assim como a Selic”, avalia. Na opinião do especialista, mesmo com os bancos colocando spread – diferença entre os juros que a instituição financeira paga para captar dinheiro e a taxa que cobra dos clientes – maior, o valor nominal dos juros para o consumidor está mais baixo.

Em setembro, os licenciamentos de veículos cresceram 7,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, para 213,4 mil unidades. Na base mensal, houve queda de 14,2%, que os executivos do setor atribuíram ao menor número de dias úteis no mês que se encerrou em relação a agosto. Foram quatro dias a menos.

De olho neste cenário, a Fenabrave revisou, nesta terça-feira (02), suas projeções para vendas em 2018. O setor acredita que venderá 3,5 milhões de unidades neste ano – incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários –, o que corresponde a uma alta de 12,4% sobre o volume de 2017.

Em julho, as estimativas eram de um avanço menor, de 9,8% nos licenciamentos totais. Para 2019, contudo, o cenário é mais conturbado. A economista da MB Associados, Tereza Fernandez, avalia que a disparada do dólar, que chegou a R$ 4,20 na máxima do ano, deve ter um efeito de arrasto na inflação, forçando o Banco Central a subir juros. “A transferência do câmbio aos preços dos produtos vai se proliferar”, comenta.

Alarico Assumpção diz que é difícil prever o ano que vem diante de um cenário político tão polarizado, mas que o mais importante é o Brasil seguir na trilha reformista do governo atual. “Alguns passos foram dados em direção às reformas. Se atrairmos investimento, realizarmos negócios, produção e emprego, com certeza o setor seguirá crescendo e gerando empregos”, acrescenta.

Para o executivo, o ano de 2018 só não foi melhor por conta de eventos como a greve dos caminhoneiros, que paralisou o País em maio; Copa do Mundo, que diminuiu o movimento nas concessionárias em dias de jogos do Brasil; e eleições, que levam muitas pessoas a adiarem suas decisões de consumo de bens de maior valor como carros.

Nebulosidade

Alexandre Galvão acredita que o cenário provável de segundo turno, entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), vem permeado de indefinições. “Há um receio do que poderia vir da esquerda, como uma radicalização em relação a outros governos do PT e, do lado da direita, não sabemos se esse discurso liberal virá acompanhado de medidas que realmente possam dar frutos”, explica o economista.

Na opinião dele, a Selic está baixa, mas os juros futuros já sinalizam alta. “Em um cenário de juros mais baixos, temos mais chance de ver o setor evoluir”, destaca. A inadimplência, segundo o especialista, é o fator essencial a se observar dentro deste cenário.

Por outro lado, Galvão entende que o Brasil está menos sensível a crises do que antes, graças às reservas cambiais.

FONTE www.dci.com.br