Plano do governo terá impacto pequeno no preço de alimentos, dizem especialistas
O anúncio de medidas feito pelo governo para tentar conter os preços dos alimentos veio dentro do esperado e deve ter impacto restrito no controle da inflação, segundo especialistas.
Segundo André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e coordenador dos índices de preços da instituição, zerar impostos de importação de itens como carne, café, massas e açúcar “vai ajudar um pouco, mas não resolve o problema”.
Francisco Pessoa Faria, pesquisador associado do FGV Ibre, observa que, no caso de produtos como o café e o açúcar, o Brasil já é um dos principais exportadores do mundo, junto com Vietnã e Índia, respectivamente. “Eu não sei de quem a gente vai importar”, diz. “Então, me parece inócuo.”
Welber Barral, sócio da BMJ e ex-secretário de comércio exterior, lembra que as medidas podem ser implementadas rapidamente, mas o impacto depende de condições de mercado, já que os preços de alimentos muitas vezes sofrem efeito do aumento de consumo e sua oferta tem sofrido impacto cada vez maior da crise climática.
Outras medidas anunciadas sem muitos detalhes, como a inclusão de estímulos para a cesta básica e alimentos no Plano Safra, são válidas, mas não devem ter efeito no curto prazo, segundo Braz. O mesmo vale para a proposta de fortalecer estoques reguladores, aponta.
Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o corte de impostos de importação para certos alimentos deve ter impacto “pouco relevante” nos preços.
“A produção é majoritariamente doméstica, não vai impactar em praticamente nada.”
Já o fortalecimento de estoques reguladores é considerado por Vale uma medida “antiga” e “um retrocesso”.
Tributaristas apontam ainda que o apelo para que Estados também
Fonte: Imprensa Nacional por Assessoria Jurídica Tributária da FETCESP / Foto: Divulgação