Montadora chinesa vira maior acionista da dona da Mercedes
A Geely adquiriu quase 10% das ações da Daimler por US$ 9 bilhões
Li Shufu, da Geely, que comprou 9,69% das ações da Daimler por cerca de US$ 9 bilhões - Aly Song/Reuters
A montadora de automóveis chinesa Geely adquiriu quase 10% das ações da Daimler, controladora da Mercedes-Benz, por cerca de US$ 9 bilhões e se tornou a maior acionista da companhia.
A Geely, que já controla a Volvo Cars e a Lotus, formou uma participação acionária de 9,69% na Daimler.
Li Shufu, presidente do conselho do Zhejiang Geely Holding Group, quer transformar sua companhia em uma versão chinesa do grupo Volkswagen, com marcas em diferentes segmentos do mercado, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
A participação é mais um esforço da montadora chinesa para se expandir na Europa, um mercado em que ela já pretende ingressar com sua marca de carros elétricos Lynk & Co. a partir do ano que vem.
A Geely, que corre para desenvolver carros elétricos a fim de cumprir as severas regras chinesas quanto a emissões de poluentes que entrarão em vigor em 2019, está ansiosa por chegar a um acordo com a Daimler para o compartilhamento de tecnologia de baterias, de acordo com duas pessoas informadas sobre os planos da empresa.
A Daimler é vista como a empresa mais avançada do setor automobilístico no desenvolvimento de tecnologia para propulsão elétrica pura e tem planos ambiciosos para lançar dez modelos completamente elétricos até 2022 e de investir mais de US$ 10 bilhões nessa tecnologia.
Hoje, a empresa alemã tem uma joint venture para produzir carros elétricos com a BYD na China.
O avanço da Geely sobre a Daimler surge apenas alguns meses depois de um investimento de US$ 3,9 bilhões para se tornar a maior acionista da montadora de caminhões Volvo.
DONA DA VOLVO
O grupo chinês adquiriu a Volvo Cars da Ford em 2010 e reconduziu a montadora sueca ao sucesso. No fim do ano passado, adquiriu uma participação na Volvo Trucks, uma empresa separada, e se tornou sua maior investidora, em uma transação que ainda não foi concluída.
O grupo adquiriu também uma participação acionária de 49% na problemática montadora de automóveis malásia Proton, em 2017, e se tornou acionista controladora da Lotus, marca britânica de carros esporte.