Grandes companhias do setor adotam novatas
Assim como o setor financeiro criou iniciativas para fomentar startups, grandes companhias da área de logística têm se aproximado da nova safra de empreendedores. A opção pelo modelo de inovação aberta vem de uma demanda urgente: buscar soluções para gargalos de infraestrutura e problemas nos diversos tipos de modais.
De olho nisso, a Tegma lançou em abril de 2017 a primeira edição do programa de aceleração da TegUP, que contou com 64 startups inscritas. Dessas, 12 chegaram à terceira fase, já em setembro do ano passado, com apresentação das soluções em um "pitch day". Na última etapa, em dezembro, após uma análise financeira mais aprofundada, o programa selecionou quatro. "A ideia foi buscar negócios com MVP (produto mínimo viável) e receita recorrente", explica Pedro Neves, gerente executivo de TI da Tegma e head de inovação da aceleradora TegUP.
A startup LogPyx, especialista em gestão de pátios, com uso de internet das coisas foi a vencedora do primeiro ciclo de aceleração. Empatadas, em segundo lugar, ficaram a TrackerUp, de gestão de equipes de campo, e a Frete Rápido, plataforma de contratação de transportes. A terceira posição coube à dLieve, de gestão de entrega com roteirização.
Durante a aceleração, os negócios receberam mentoria e participaram de workshops e eventos com especialistas em venture capital e marketing digital. Para os quatro negócios escolhidos, há espaço de co-working disponível e apoio da Tegma para conquistar clientes. "Estamos ajudando as startups a vender os produtos e serviços para grandes empresas. Além disso, fechamos um plano de investimentos com uma das startups", diz Neves. O segundo ciclo de aceleração da TegUP está com inscrições abertas desde 23 de abril e vai até 22 de junho. A expectativa é atrair até cem startups.
Também no ano passado, a VLI criou o programa de inovação Inova VLI, para se aproximar de startups que ofereçam soluções para as principais áreas da companhia. Na primeira edição, se inscreveram 142 startups - 75% já tinham produto definido ou um piloto em teste. Para a fase seguinte, foram selecionadas 15 empresas e cinco chegaram à última etapa. "Agora estamos contratando startups para desenvolver soluções aos problemas definidos pela companhia", diz Rodrigo Ruggiero, diretor de integração e planejamento da VLI. O projeto estabeleceu cinco desafios relacionados a estratégia, processos, valor compartilhado, sistemas de TI integrados em gestão de pessoas e operação.
Direcionado a startups que tenham projetos inovadores para todos os modais, o programa Conecta foi lançado no início deste mês pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), em parceria com o BMG UpTech, braço do Grupo BMG voltado para inovação. Com inscrições até 15 de maio, o programa mira startups que já tenham faturamento. "Temos de provocar a criatividade e encontrar, lá fora, quem está produzindo soluções possíveis para problemas mapeados em todos os modais", diz Harley Andrade, diretor de relações internacionais da CNT. "A expectativa é receber entre 500 e 1.000 inscrições. Vamos selecionar cem empresas que passarão por entrevistas on-line", conta Rodolfo Santos, CEO do BMG UpTech.
O programa é dividido em três fases. Na primeira, participarão até 50 startups, com investimento de R$ 20 mil por empresa. Na fase seguinte, até 25 startups receberão R$ 210 mil cada. Cada uma das cinco da etapa final terá investimento de R$ 230 mil e um mês de aceleração nos Estados Unidos.