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Fertilizantes Tocantins acelera expansao

A Fertilizantes Tocantins, controlada pela companhia suíça EuroChem, cumprirá nesta quinta-feira mais uma escala de seu objetivo de alcançar o terceiro lugar no mercado brasileiro de adubos, ranking no qual atualmente ocupa a quinta posição. A empresa vai inaugurar em Catalão (GO) mais uma unidade de mistura, fruto de investimentos de R$ 52 milhões, e com a capacidade de produção adicional de 2,5 mil toneladas por dia espera consolidar seu avanço em importantes polos de produção agrícola do país.


"Inicialmente, 15% do nosso volume comercializado sairá de Catalão", afirmou José Eduardo Motta, presidente e também acionista da Fertilizantes Tocantins, que em maio inaugurou uma fábrica em Sinop (MT) após aporte de R$ 62,4 milhões. Com as duas novas unidades, Motta projetou que a empresa deverá faturar R$ 2,7 bilhões neste ano, 69% a mais que em 2017. O volume total de produção deverá chegar a 2 milhões de toneladas, um aumento de 67% na mesma comparação.

A meta da Tocantins é chegar até 2027 com vendas anuais de 8 milhões de toneladas de fertilizantes. De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em todo o ano passado as entregas das misturadoras às revendas somaram 34,4 milhões de toneladas no Brasil, lideradas pelas multinacionais Yara e Mosaic, e analistas acreditam que em 2018 o volume chegará a 35 milhões.

De acordo com os planos traçados pela Tocantins, a próxima inauguração de fábrica será entre maio e junho de 2019, em Araguari (MG). O processo de expansão foi iniciado em meados de 2016, justamente quando o controle acionário da companhia foi vendido para a EuroChem, que passou a deter 50% mais uma ação da Tocantins. No total, os investimentos da empresa entre 2016 até 2027 deverão chegar a US$ 200 milhões.

Conforme José Eduardo Motta, a maior parte do valor investido vem de capital próprio obtido a partir dos resultados no país. "A joint venture prevê que 100% de todo o lucro gerado até 2021 seja reinvestido", afirmou o executivo.

Mas os planos de expansão não passam apenas por crescimento de produção. Envolvem também infraestrutura e logística. Um novo terminal portuário em Itaqui (MA) e novas instalações ao longo da ferrovia que liga o porto de Vitória (ES) a Araguari estão em construção e esses projetos deverão ser concluídos até a inauguração da unidade mineira.

Em conversa com o Valor em julho do ano passado, Dmitry Strezhnev, presidente da EuroChem, afirmou que a Tocantins também tinha a intenção de investir em uma ferrovia que ligaria o porto de Ilhéus (BA) ao município de Porto Nacional (TO).

A fábrica que será inaugurada em Catalão produzirá também uma linha de fertilizantes especiais usados como complemento à adubação de base. Atualmente, a receita vinda com a venda desses produtos chega a 10% do faturamento da companhia, mas esse percentual pode aumentar para cerca de 30% até 2026, já considerando a fábrica de Araguari.

Com uma maior capacidade de produção, a Tocantins espera, ainda, equilibrar melhor seu portfólio. A venda de produtos para cana-de-açúcar, que hoje representa 10% do total, deverá passar para 30%, enquanto a participação de soja e milho deverá cair de 80% para 70%. "A gente também vai entrar no mercado de café e outras culturas", afirmou Motta.

Mas nem tudo são boas notícias, já que neste momento as margens de lucro da empresa estão pressionadas, em virtude da nova tabela de preços mínimos para os fretes rodoviários que foi aprovada no Congresso na semana passada. "É possível que todo o setor tenha uma redução de margem", disse ele. "Os fretes subiram em média 40%. Para aquilo que já foi vendido antes da tabela, a gente está tendo que absorver prejuízo", completou.

Para as negociações de 2018/19 que ainda não foram fechadas, o executivo estuda deixar o frete sob responsabilidade do comprador. "Quem acaba pagando essa conta é o fazendeiro e, no fim do dia, o consumidor na gôndola do supermercado", concluiu Motta.