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Equipe economica aposta em alta de 1% no PIB do 3o tri

A recuperação de alguns indicadores de atividade econômica em junho não será suficiente para evitar que o crescimento no segundo trimestre fique próximo de zero. Porém, o chamado "carregamento estatístico" deve garantir que no terceiro trimestre o Produto Interno Bruto mostre expansão acima de 1% ante o trimestre anterior, feito o ajuste sazonal. Essa é a avaliação da equipe econômica, que acredita ainda que não há hipótese de o PIB crescer menos do que 1% neste ano. Na semana passada, o governo cortou a projeção de alta do PIB em 2018 de 2,5% para 1,6%.

Para os técnicos do governo, a paralisação dos caminhoneiros afetou fortemente a atividade em maio, mas foi algo pontual. Tanto que indicadores antecedentes como tráfego de veículos pesados nas rodovias pedagiadas, venda de papelão ondulado e produção de veículos mostraram recuperação forte em junho.

Para comprovar esse diagnóstico, os técnicos fizeram, a partir do comportamento dos indicadores do mês passado, cenários que mostram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, tende a cair entre 0,3% e 0,9% no segundo trimestre, ante o primeiro. Porém, o desempenho individual de junho influenciaria uma variação positiva estimada entre 1,1% e 2,4% no terceiro trimestre. Isso quer dizer que o mês deixaria um carregamento estatístico desta ordem e, se atividade se mantiver estável entre julho e setembro, ainda assim haveria um aumento.

"O segundo trimestre terá crescimento próximo de zero. Mas o terceiro terá um número acima de 1%. Isso já garante um PIB acima do que foi apurado ano passado. Em 2018, a gente vai crescer acima de 1,3% só com essa volta do terceiro trimestre", afirmou um técnico do governo.

A estimativa da equipe econômica para o período é um pouco mais otimista que a do mercado. A mediana das estimativas de analistas para o PIB do segundo e do terceiro trimestre é de crescimento de 1,2% e 1,6% sobre iguais períodos do ano passado, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. Essas altas equivaleriam a cerca de 0,4% e 0,9%, na série com ajuste sazonal.

"A paralisação foi um evento muito importante. Afetou a atividade econômica, mas a volta foi muito rápida. As pessoas não estão reparando a importante volta que tivemos em junho e isso faz com que o terceiro trimestre parta de um nível bem mais alto", ressaltou o técnico do governo. "Estamos conversando com os analistas e poucos viram esse movimento", complementou.

Recentemente, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, disse que a paralisação dos caminhoneiros afetou o crescimento da economia neste ano em 0,2 ponto percentual, e que o aperto nas condições financeiras retirou mais 0,7 ponto percentual do PIB. O secretário, contudo, reforçou que a economia viveu em junho uma recuperação em "V", após despencar em maio.

No início do ano, a equipe econômica projetava crescimento econômico de 3% para 2018. Mas a estimativa foi reduzida aos poucos, com a deterioração das condições financeiras provocada pelas incertezas no mercado internacional e internas. A projeção do governo para o crescimento foi reduzida, na semana passada, de 2,5% para 1,6% neste ano, e de 3,3% para 2,5% no caso de 2019.

A deterioração das condições financeiras (risco-país e taxa de câmbio), principalmente a partir de abril, além do cenário externo, ocorreu porque os investidores e analistas de mercado têm dúvidas sobre o comprometimento do próximo presidente com a aprovação de reformas, como a da Previdência.

Segundo o técnico, todas as incertezas eleitorais, junto com a greve dos caminhoneiros, provocaram forte perda de confiança e, se isso não for revertido, poderá afetar o crescimento no fim deste ano ou início de 2019. Isso porque a piora da confiança do consumidor e dos empresários tem efeito defasado na economia, de três a seis meses.

Sobre o desempenho do mercado de trabalho, que se enfraqueceu, os técnicos agora estão debruçados sobre os dados do Ministério do Trabalho. Em junho houve fechamento líquido de 661 vagas com carteira assinada. Foi o primeiro mês com saldo negativo em 2018, contrariando as estimativas do mercado de criação líquida de 46,6 mil vagas, segundo economistas ouvidos pelo Valor. "O número veio abaixo do que a gente esperava. Estamos analisando isso", disse fonte da área econômica.

FONTE Valor Economico