Em ata, BC aponta que novo corte na taxa de juros não está descartado
Medida depende de inflação seguir comportada e da economia brasileira não sofrer com reflexos de instabilidade internacional. Estimativa para inflação em 2018 e 2019 ficou em torno de 4,2%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira (15) que pode interromper a sequência de cortes na taxa básica de juros da economia, a Selic, após a redução para 6,75% ao ano feita na semana passada.
Entretanto, acrescentou que essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma "flexibilização monetária moderada adicional", ou seja, novo corte dos juros, "caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos".
As informações estão na ata da mais recente reunião do Copom, realizada na semana passada e divulgada nesta quinta.
Com isso, o BC não afastou a possibilidade de cortar novamente a taxa de juros. A condição para que uma nova redução aconteça, segundo a ata, é que a inflação se mantenha "em níveis confortáveis ou baixos".
O Copom eleva ou corta a taxa de juros justamente para controlar a inflação no país. Se ela se acelera, o BC sobe a Selic com a inteção de que o crédito fique mais caro e as pessoas consumam menos, o que ajuda a controlar os preços. Quando a inflação está comportada, o Copom baixa os juros - como ocorre neste momento.
Copom reduz a taxa Selic pela 11ª vez seguida, para 6,75% ao ano (Foto: Arte/G1)
Economia, cenário internacional e reformas
Entretanto, o Copom acrescentou que permanece a expectativa de que fatores como a recuperação da atividade econômica no Brasil, a instabilidade dos mercados por conta da possibilidade de elevação dos juros nos EUA e os reflexos da não aprovação da reforma da Previdência, contribuam para elevação da inflação nos próximos meses.
Se isso ocorrer, o ciclo de corte dos juros básicos pode se encerrar.
"O Copom reafirmou que a política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos para ambos os lados, tanto ao risco de que efeitos secundários de choques de oferta e propagação do nível corrente baixo de inflação produzam inflação prospectiva abaixo do esperado, quanto ao risco de um revés no cenário internacional num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários", informou o Copom.
Copom reduz juro básico para 6,75% ao ano.