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Conab reduz estimativa para colheita de milho, mas eleva a de trigo

SÃO PAULO E RIO  -  Problemas climáticos em regiões produtoras de Mato Grosso do Sul e do Paraná levaram a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) a ajustar para baixo seu cálculo para a colheita da segunda safra de milho no país nesta temporada 2017/18. Como os reflexos negativos dessa revisão foram compensados por um aumento da projeção para o trigo, a estatal manteve praticamente inalterado seu cálculo para a produção total de grãos do país, em 228,6 milhões de toneladas, 3,8% menos que a do ciclo 2016/17, a maior da história.

Pesquisa divulgada também nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe correções similares às da Conab e sinalizou que a colheita de grãos do país atingirá 226,8 milhões de toneladas em 2018, 5,7% menos que em 2017.

Segundo o novo levantamento da Conab, a colheita da safrinha de milho, que ainda está em andamento, deverá alcançar 55,4 milhões de toneladas, 664 mil a menos que o projetado em julho e volume 17,8% inferior ao de 2016/17. Por conta de intempéries em diversos polos importantes, que provocaram desde o atraso do plantio até problemas de desenvolvimento causados por estresse hídrico, a produtividade média das lavouras deverá ser 14% mais baixa (4.786 quilos por hectare) que na temporada passada.

Com a correção efetuada na safrinha, a Conab passou a estimar a produção brasileira total de milho em 2017/18 em 82,2 milhões de toneladas, 16% abaixo da registrada em 2016/17. Essa queda, aliada a fatores como a quebra da safra argentina e, mais recentemente, às incertezas em relação aos fretes, tem exercido pressão sobre os custos de frigoríficos de aves e suínos que atuam no país.

Também em virtude da queda de oferta, a Conab está revisando sua projeção para as vendas de milho do Brasil ao exterior em 2017/18 — o país é o segundo maior exportador do cereal do mundo. No quadro de oferta e demanda divulgado hoje, a estatal ainda mantém uma previsão de embarques de 30 milhões de toneladas, mas nos comentários divulgados um volume da ordem de 27 milhões já é considerado. Em 2016/17 foram 30,8 milhões de toneladas.

Para o trigo, cujo período de semeadura está em fase final, a Conab passou a projetar produção de 5,1 milhões de toneladas, 242 mil toneladas a mais que o estimado em julho e volume 20,6% superior ao apurado na temporada passada. Assim, as importações foram ajustadas para 6,5 milhões de toneladas, ainda 300 mil a mais que em 2016/17. Das grandes culturas agrícolas, o trigo é a única que pesa na balança brasileira no prato das importações.

Afora as correções efetuadas para a safrinha de milho e para o trigo, o novo levantamento da Conab, do ponto de vista estatístico, tem poucas novidades. Para a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro — e cuja colheita terminou —, a estatal manteve sua estimativa de produção recorde de 119 milhões de toneladas, 4,3% mais que em 2016/17, e preservou o cálculo para as exportações do grão em 72 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% na comparação e também um novo recorde, garantido pela aquecida demanda chinesa.

Para os básicos arroz e feijão, a Conab efetuou ajustes modestos e incapazes de mudar as direções definidas pelas grandes culturas. A projeção para a produção de arroz foi elevada para 12 milhões de toneladas, ainda 2,5% abaixo de 2016/17, enquanto para o feijão a previsão encolheu para 3,2 milhões de toneladas, uma queda de 6,3% em igual comparação.

FONTE: Valor Economico