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Comercio exterior ainda sente impactos de greve dos caminhoneiros

Relatório da Maersk Line aponta reflexos da paralisação dos caminhoneiros nos portos.


Cerca de 200 mil toneladas deixaram de ser exportadas (Foto: Carlos Nogueira/AT)

A greve dos caminhoneiros, que terminou em junho, continua gerando impacto no comércio exterior. Líder mundial no transporte marítimo de contêineres, a Maersk Line estima que até 200 mil toneladas de mercadoria tenham deixado de ser exportadas entre julho e agosto. 

O dado faz parte do relatório trimestral da empresa, divulgado ontem e que aponta como um dos reflexos da paralisação a prática de overbooking, que continua a prejudicar as operações portuárias e pode aumentar os custos para exportadores, além de afetar a competitividade brasileira.

Segundo a empresa, exportadores reservam espaços em navios de diversos armadores, mas não utilizam tudo o que solicitaram na hora de exportar. Isso ocorre principalmente porque, com a dificuldade para conseguir caminhões para o transporte das cargas, exportadores acabavam fechando com várias companhias e embarcavam a mercadoria com aquela cuja data coincidisse com a disponibilidade do veículo, sem avisar as demais empresas.

“Todo esse processo traz um custo extra para a operação. Diferente do que ocorre com aviões, onde as pessoas pagam antecipadamente a reserva, nos navios, esse processo de deixar de embarcar cargas sem avisar traz um prejuízo para todos”, avalia o diretor para a Costa Leste da América do Sul da companhia Safmarine (do Grupo Maersk), Denis Freitas.

O levantamento operacional do Porto de Santos de julho, elaborado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), também aponta queda de movimentação devido a problemas de logística. A Autoridade Portuária destaca que o milho, além de ter safra menor do que ano anterior, teve o escoamento impactado pelo atraso nos embarques de soja e pelo impasse no preço do frete, o que causou a redução de 2,6% no movimento em comparação ao ano passado.

Para resolver a situação, o diretor de Trade e Marketing da Maersk Line na Costa Leste da América do Sul, Matias Concha, acredita que o primeiro passo é ter uma definição sobre a tabela de fretes. 

Apesar de ter se agravado com a paralisação dos caminhoneiros, a empresa explica que o overbooking começou a ocorrer em 2016, quando as importações brasileiras entraram em colapso e as empresas de transporte marítimo tiveram de reduzir o número de navios que vinham ao Brasil.

Nova perspectiva
Por conta deste cenário, a empresa está revisando suas projeções, que devem ser divulgadas no próximo mês. Se antes, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para algo em torno de 3%, a Maersk Line previa 3,4% de crescimento para importações e exportações, sendo 4,6% importações e 1,3% exportações, agora, com as exportações caindo em 6% entre abril e junho, a empresa revê as expectativas para 2018.

“Mesmo com impacto positivo com a Copa do Mundo, com a depreciação da moeda brasileira, a partir de agosto teremos uma diminuição de compra de produtos, o que deve refletir nas encomendas de eletroeletrônicos, que estão com um desempenho abaixo da média”, disse o executivo.

FONTE A Tribuna