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Com alta do dolar, mercado espera aumento do diesel entre 10% e 13%

RIO  -  A desvalorização do real frente ao dólar nas últimas semanas deve ser sentida no novo preço de comercialização do diesel que será divulgado nesta sexta-feira (31). O Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) e a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) esperam aumento de 10% a 13%, dependendo da região.

A projeção de Adriano Pires, economista do CBIE, é de que o preço aumente entre R$ 0,22 e R$ 0,27 por litro, dependendo da região do país, com o menor aumento no Sudeste, e os maiores nas região Centro-Oeste e Norte. As projeções estão em linha com as do banco UBS, que prevê aumento médio de 10% no preço de comercialização (PC). 

Com essa previsão, o valor por litro do derivado negociado nas refinarias da Petrobras deve se aproximar daquele praticado antes do congelamento dos preços, durante a greve dos caminhoneiros.

Isso significa que os preços praticados pela Petrobras nas refinarias, congelados desde 1º de junho em R$ 2,0316, devem subir para entre R$ 2,2516 e R$ 2,3016, valores muito próximos daqueles praticados antes de a estatal anunciar um desconto de 10% nos preços, no dia 23 de maio, numa tentativa de viabilizar um acordo entre o governo e os caminhoneiros. No dia 23 de maio, último dia de preço não controlado, o valor praticado nas refinarias da Petrobras era de R$ 2,3351 por litro.

Desvalorização do real
O dólar esteve acima de R$ 4 nas últimas semanas, o que vai influenciar o preço de comercialização, que é considerado na composição da fórmula do preço do diesel, definida pelo governo para conceder subsídio de R$ 0,30 para cada litro desse combustível comercializado, como antecipou o Valor na semana passada.

“Entre maio, junho e julho o preço do diesel caiu no mercado internacional e o dólar não estava tão alto. Mas em agosto, como o dólar explodiu, se o governo cumprir o que está escrito, ele tem que aumentar o preço de comercialização em cerca de R$ 0,22 no Sudeste, e de R$ 0,26 a R$ 0,27 nas regiões Centro-Oeste e Norte”, disse Pires.

Sergio Araujo, presidente da Abicom, também espera um aumento na faixa de 10%, com os valores sendo acrescidos de R$ 0,22 a R$ 0,26 dependendo da região. Araujo diz que os importadores reunidos na Abicom ainda não receberam da Agência Nacional do Petróleo (ANP) R$ 128 milhões referentes ao subsídio. Segundo ele, são devidos R$ 83 milhões relativos ao primeiro período da segunda fase do programa de subsídio e R$ 45 milhões ao segundo período. “Sabemos que a ANP está fazendo um esforço muito grande mas ainda não recebemos e estamos sem um prazo”, disse.

Fim do congelamento
O preço do litro do derivado está congelado em R$ 2,0316, na média, desde o dia 1º de junho. Quando anunciou o programa de subvenção dos preços do diesel em 31 de maio, como parte do acordo para encerrar a greve dos caminhoneiros, o governo anunciou que manteria os preços nas refinarias congelados por dois meses e que, depois disso, os preços de comercialização seriam revisados mensalmente, até o fim do ano.

Em agosto, contudo, o governo optou por manter o congelamento por mais 30 dias. Os valores que passarão a vigorar nas refinarias a partir de amanhã (31) serão atualizados hoje. O preço de comercialização é o valor máximo que o produtor ou importador pode cobrar das distribuidoras pelo litro do diesel, se quiser receber a subvenção.

A ANP publicou nesta semana a nova fórmula para fixação dos preços de referência do diesel. O preço de referência segue a cotação internacional calculada pela Argus Media, que serve como base para que o governo calcule quanto deve para cada empresa. Simplificando, é essa componente que diz quanto as empresas estariam recebendo pelo litro do diesel em condições de mercado sem o programa de subvenção.

Pelas regras do programa, os produtores e importadores de derivados são ressarcidos pelo diferencial entre o preço de referência e o preço de comercialização. Como a subvenção está limitada a R$ 0,30 o litro, na prática é o preço de referência que baliza o preço de comercialização nas refinarias (e dos importadores).

FONTE Valor Economico