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Brasil prejudica resultados da Mosaic

Os resultados da americana Mosaic, uma das maiores empresas de fertilizantes do mundo, ainda tendem a refletir problemas enfrentados no Brasil nos próximos trimestres, afirmou ontem James C. O'Rourke, presidente da múlti, durante teleconferência com analistas.

No segundo trimestre deste ano, a paralisação dos caminhoneiros no Brasil representou perdas de US$ 11 milhões. O lucro líquido global da companhia atingiu US$ 67,9 milhões, queda de 30% em relação ao mesmo período de 2017.

"Nossos resultados no Brasil no segundo trimestre foram impactados negativamente em quase US$ 40 milhões, tanto devido a paradas programadas quanto à greve dos caminhoneiros em maio. Como resultado da greve, nós perdemos produção e perdemos volumes de remessa, o que nos fez perder nossa base de volume para o trimestre. No total, estimamos que a greve tenha reduzido ganhos ajustados antes dos impostos em aproximadamente US$ 11 milhões", disse O'Rourke.

De acordo com o executivo, um dos principais riscos para as operações da companhia no Brasil é a implementação da tabela com valores mínimos para os fretes rodoviários, que segue contestada na Justiça e em discussão. "Ainda temos incertezas. Então, há uma exposição desconhecida que incorporamos em nossa estratégia", disse ele na teleconferência.

"Há sempre um risco de novas paralisações por parte dos caminhoneiros. Não achamos isso provável, mas é um risco", afirmou.

Segundo ele, não é fácil mensurar o impacto do aumento dos fretes previsto na primeira tabela divulgada pelo governo, mas novos contratos de vendas firmados pela Mosaic já consideram os reajustes.

"A principal exposição agora é a venda que fizemos antes da greve. Então, em outras palavras, temos um contrato de frete em uma taxa, mas a nova tabela está com uma taxa diferente. Então, a questão é: os caminhoneiros honram a taxa antiga com a qual eles firmaram contrato conosco ou tentam cobrar a nova taxa?", questionou O'Rourke. Segundo ele, essa diferença chega a cerca de US$ 6 por tonelada.

No começo de junho, a Mosaic enviou comunicado a clientes propondo alternativas para minimizar a alta de custos após a divulgação da primeira tabela de fretes mínimos. Uma das propostas previa a alteração da modalidade de entrega contratada - de CIF, quando o frete é de responsabilidade da empresa vendedora, para FOB, de responsabilidade da compradora.

Durante a teleconferência de ontem, O'Rourke afirmou que a preferência no Brasil, dado o nível de incerteza com o custo do frete, é firmar contratos na modalidade FOB. "Para, digamos, mudar o risco de frete do nosso sistema. Isso nem sempre é possível, mas é um foco e temos de encontrar uma maneira de mitigar esse risco, ou teremos que aplicá-lo em nossos preços".

Conforme o executivo, em vários casos a mudança de entrega é inviável porque há memorandos de entendimentos firmados e existem clientes de longo prazo que trabalham de determinada maneira. "Então, ou teremos que incorporar o risco em nossos preços ou transferi-lo para nossos clientes".

FONTE: Valor Economico